O ensino da patologia tem uma importância fundamental na formação dos futuros médicos. É por meio desta disciplina que os profissionais terão a capacidade de compreender em maior profundidade as doenças e discutir diagnósticos e tratamentos dos pacientes.
A disciplina é importante por ser a ligação entre as ciências básicas e a prática médica. É o que aponta o patologista-chefe do Lapac, Dr. Gerônimo Jr.: "o profissional com uma boa formação em patologia terá a capacidade muito superior de melhor avaliar quadros clínicos em uma complexidade que, no fim, proporcionará tratamentos mais efetivos".
Com uma dinamicidade própria da área, a patologia incorporou novas técnicas e metodologias ao longo dos últimos anos - o que exige uma atualização constante nesses conhecimentos. "É comum cairmos no erro de pensar que essa necessidade de atualização está sob responsabilidade exclusiva dos patologistas. Pelo contrário, é importante que os médicos se interessem pelas discussões da área; essa é uma excelente forma para uma compreensão mais atual sobre diversas doenças, seja no campo diagnóstico ou terapêutico", completa.
O Brasil possui uma escassa formação em patologistas. De acordo com a pesquisa Demografia Médica do Brasil, realizada pela Faculdade de Medicina da USP (2019), apenas 0,8% dos médicos especialistas possuem essa titulação no Brasil. São 3.210 patologistas dentre os 380 mil médicos registrados com alguma especialidade.
Um cenário preocupante, uma vez que a patologia é fundamental para diversos diagnósticos, mas que pode ser revertido ainda nas próprias faculdades.
"O ensino da patologia não pode ser visto com algo ilustrativo. Devemos mostrar de maneira concreta a importância da disciplina logo nos primeiros anos da graduação; isso proporcionará um maior interesse pela área, o que poderá gerar um futuro ingresso na especialidade e, o mais importante, uma formação médica mais sólida", conclui Dr. Gerônimo, que também é professor da disciplina na Universidade Federal do Piauí (UFPI).